Diversos agentes químicos como aldeídos presentes na fumaça do cigarro ou em poluentes urbanos e industriais produzem uma série de compostos no organismo humano, conhecidos como adutos, que são capazes de induzir mutações no DNA e podem causar o desenvolvimento do câncer.

Para medir e quantificar esses adutos, que em níveis elevados estão associados a diversos tipos de câncer, pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) estão utilizando técnicas ultrassensíveis como a espectrometria de massas. De acordo com Marisa Helena Gennari de Medeiros, professora do IQ e coordenadora do projeto, seu grupo de pesquisa tem conseguido detectar e quantificar adutos produzidos por aldeídos (eteno adutos) tanto em células humanas em cultura como em tecidos do fígado, cérebro e pulmão de ratos expostos à poluição.

- Dentre as técnicas que têm sido utilizadas, a espectrometria de massas é atualmente a mais importante e eficiente para se detectar como quantificar adutos no DNA - disse.

Parte dos resultados da pesquisa foi publicada no Journal of The American Chemical Society e pode ser usada para explicar os mecanismos associados à exposição ao composto químico e os riscos de câncer.

Segundo ela, o interesse pela pesquisa dos etenos adutos começou a ser despertado nas últimas décadas quando surgiram diversos casos de um câncer primário do fígado (hepatocarcinoma) muito raro entre trabalhadores de uma indústria de plástico nos Estados Unidos. Ao investigar a origem da doença, os especialistas identificaram, na época, que se devia à exposição dos operários a compostos cancerígenos, como o cloreto de vinila e o uretano, utilizados na fabricação de polímeros.
Fonte: Zero Hora

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