O Rio de Janeiro, com mais de quatro milhões de trabalhadores formais, é o terceiro maior empregador do Brasil. Com participação forte do setor de energia e combustíveis, o Estado é a terceira economia do país, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.

Quando o assunto é a segurança no trabalho, o Rio de Janeiro fica em 4o lugar no número de acidentes. Em 2010 o Estado registrou 47.938 acidentes de trabalho. O setor da economia carioca com maior número de acidentes foi o da indústria da transformação, com 9.557 registros, seguido pelo setor de comércio, com 6.862. Mas a maior incidência de acidentes - relação de acidentes por trabalhadores - acontece no setor de água, esgoto e resíduos, com 5,16 acidentes de trabalho registrado para cada 100 trabalhadores, quando a média nacional é de 1,59 para cada 100 trabalhadores. Ou seja, um em cada 20 trabalhadores sofreu acidente de trabalho nesta atividade.

Nos acidentes fatais a indústria da transformação também lidera as estatísticas, com 28 trabalhadores mortos em 2010, seguido pelo setor da construção civil, com 24 vítimas. Mas quando se leva em conta a mortalidade - relação de óbitos por trabalhador empregado - o líder no Rio de Janeiro volta a ser o setor de água, esgoto e resíduos, com 20 mortes para cada grupo de 100 mil trabalhadores, enquanto que a média nacional é seis. Em segundo lugar na mortalidade está a construção civil, com a metade da média, 10,28.

Uma das causas prováveis para os acidentes nestes dois setores pode estar ligado ao uso de mão de obra com pouca experiência. Para o editor do Anuário Brasileiro de Proteção, jornalista Alexandre Gusmão, o Rio de Janeiro vive um momento preocupante em termos de segurança do trabalho, pois a economia no estado teve um aquecimento importante nos últimos anos, o que provocou a carência de mão de obra em algumas atividades. "Isto pode explicar a mortalidade elevada nos setores de água e esgoto e construção, onde a terceirização e quarteirização são comuns. Agrave-se a isto a falta de mão de obra e teremos o aumento no riscos de acidentes". Ele lembra que quando as empresas têm dificuldade de repor a mão de obra, sua prioridade é treinar o novo empregado para executar as atividades para a qual ele foi contratado, muitas vezes deixando de lado os necessários treinamentos sobre segurança do trabalho. "Nestes casos o trabalhador com pouca experiência e querendo mostrar que é capaz de executar o trabalho acaba se expondo a riscos que ele não conhece e gerando acidentes graves".

Gusmão lembra que a principal causa de acidentes é a falta de informação e identificação dos riscos a que os trabalhadores são submetidos. "Sem conhecer o risco, o trabalhador se expõe desnecessariamente e isto acaba gerando acidentes, o que é péssimo para ele e muito ruim para a empresa e para o país". Ele lembra que é fundamental as empresas investirem na identificação dos riscos e a partir daí adotarem medidas de prevenção. Neste sentido a PrevenRio 2012 é uma importante ferramenta para o trabalho dos profissionais que atuam nas empresas nas questões de prevenção.

PrevenRio discute situação no estado e na região

Na próxima semana, de 22 a 24 de agosto, será realizada no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio de Janeiro/RJ, a quinta edição da PrevenRio (Feira e Seminário Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho). Além da feira onde são apresentadas as novidades em tecnologias e equipamentos para os setores de emergência e saúde e segurança do trabalho - SST, serão realizados mais de 30 eventos paralelos, de atualização profissional nas duas áreas.

Junto com a PrevenRio ocorre a 6ª edição da Expo Emergência - Feira de Resgate, Atendimento Pré-Hospitalar Combate a Incêndio e Emergências Químicas. Os visitantes poderão ver uma amostra de produtos, equipamentos e serviços, complementada por intensa programação técnica paralela, com apresentações de resgate e emergência.

O Rio de Janeiro é o segundo maior pólo industrial do Brasil. O Estado passa por um grande momento, em que se discutem a descoberta do Pré-Sal, a Copa do Mundo e Olimpíadas, grandes eventos internacionais que também terão a saúde e segurança no trabalho e emergência como focos de preocupação de autoridades e empresas envolvidas.

A Região Sudeste

A Região Sudeste, que tem a participação de Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, respondeu por 22.460.999 empregos gerados em 2010. Os quatro estados juntos tiveram um total de 237.634 acidentes de trabalho típicos - ou seja, responderam juntos por 51,1% dos empregos gerados, e por 57,2% dos acidentes de trabalho.

O Brasil tem 44.068.355 trabalhadores formais, de acordo com os dados do Ministério da Previdência, 6,9% a mais do que os 41.207.546 registrados em 2009. O Rio de Janeiro respondeu em 2010 por 9,26% dos empregos formais do país, com 4.080.082 trabalhadores com carteira assinada.

A boa noticia é que com a regulamentação de medidas de segurança no trabalho que vêm sendo adotadas na última década, o número de acidentes tem diminuído. Em 2010, a queda foi de 4,3%. Por outro lado, o número de mortes cresceu em 2010, quando foram registradas 2.713 trabalhadores mortos no exercício de sua atividade, contra os 2.560 do ano de 2009. Ou seja, houve um incremento de 5,9% no país.
Fonte: Portal Falando de Feiras

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