Existem quatro níveis de biossegurança:
NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescentes no maior grau de contenção e complexidade
do nível de proteção.
O nivel de biossegurança de um experimento
será determinado segundo o organismo de maior classe de risco envolvido no experimento.
Quando não se conhece o potencial
patogênico do OGM resultante, deverá ser procedida uma análise detalhada
e criteriosa de todas as condições experimentais.
(a) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
1 - NB-1: É adequado ao trabalho que envolva agente com o menor grau de risco
para o pessoal do laboratório e para o meio ambiente. O laboratório, neste
caso, não est*Eseparado das demais dependências do edifício. O trabalho
é conduzido, em geral, em bancada. Os equipamentos de contenção específicos
não são exigidos. O pessoal de laboratório deverá ter treinamento
específico nos procedimentos realizados no laboratório e deverão ser
supervisionados por cientista com treinamento em Microbiologia ou ciência correlata.
O organismo receptor ou parental classificado
como classe de risco 1 deve ser manipulado nas condições especificadas para
o Nível de Biossegurança 1.
Apenas os OGMs classificados no Grupo I
poderão ser trabalhados nas condições descritas para o NB 1.
Os OGMs classificados no Grupo II deverão
ser manipulados sob as condições previstas para os Níveis de Biossegurança
2, 3 ou 4, conforme a classificação de risco do organismo receptor ou parental
que deu origem ao OGM .
PRÁTICAS MICROBIOLÓGICAS
EXIGIDAS PARA O NB-1
O acesso ao laboratório deve ser
limitado ou restrito de acordo com a definição do Pesquisador Principal, quando
estiver sendo realizado experimento.
As superfícies de trabalho devem
ser descontaminadas uma vez ao dia ou sempre que ocorrer derramamento de material viável.
Todo resíduo líquido ou sólido
contaminado deve ser descontaminado antes de ser descartado, assim como todo material ou
equipamento que tiver entrado em contato com o OGM.
Deve-se utilizar dispositivo mecânico
para pipetagem, pois é impróprio e arriscado pipetar com a boca.
É proibido comer, beber, fumar e
aplicar cosméticos nas áreas de trabalho. Alimentos devem ser guardados em
áreas especúÆ’icas para este fim, fora do laboratório.
Antes de deixar o laboratório, devem
ser lavadas as mãos sempre que tiver havido manipulação de organismos
contendo DNA/RNA recombinante.
Objetivando a prática de higiene
pessoal, pias para lavagem das mãos e roupas para proteção (uniformes
e jalecos) devem ser utilizados para minimizar o risco de exposição ao OGM.
PRÁTICAS LABORATORIAIS ESPECIAIS
PARA O NB-1
Materiais contaminados só podem ser
retirados do laboratório em recipientes rígidos e `a prova de vazamentos.
Deve ser providenciado um programa rotineiro
de controle de insetos e roedores.
EQUIPAMENTOS DE CONTENÇÃO
EXIGIDOS PARA O NB-1
Em geral para o NB-1 não são
exigidos equipamentos de contenção de agentes classificados no Grupo de Risco
I.
INSTALAÇÕES LABORATORIAIS
PARA O NB-1
O laboratório deve ser desenhado
de modo a permitir fácil limpeza e descontaminação.
É recomendável que a superfície
das bancadas seja impermeável `a água e resistente a ácidos, álcalis,
solventes orgânicos e a calor moderado.
Os espaços entre as bancadas, cabines
e equipamentos devem ser suficientes de modo a permitir acesso fácil para limpeza.
Cada laboratório deve possuir uma
pia para lavagem das mãos.
(b) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
2 - NB-2: É semelhante ao NB-1 e é adequado ao trabalho que envolva agentes
de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente.
Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: (1)
O pessoal de laboratório deve ter treinamento técnico específico no
manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por cientistas competentes;
(2) O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais;
(3) Determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de
aerossóis infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica
ou outro equipamento de contenção física.
Todo OGM classificado no Grupo II e originado
a partir de receptor ou parental classificado na classe 2 deve obedecer aos parâmetros
estabelecidos para o NB-2.
PRÁTICAS MICROBIOLÓGICAS
EXIGIDAS PARA O NB-2
As práticas microbiológicas
exigidas para o NB-2 são as mesmas já descritas para o NB-1.
PRÁTICAS ESPECIAIS PARA O NB-2
Além das práticas especiais
descritas para o NB-1 devem ser incluídas para o NB 2 as práticas a seguir
discriminadas:
O Pesquisador Principal tem a responsabilidade
de limitar o acesso ao laboratório. Cabe ao Pesquisador Principal a responsabilidade
de avaliar cada situação e autorizar quem poderá entrar ou trabalhar
no laboratório.
O Pesquisador Principal deve estabelecer
políticas e procedimentos com ampla informação a todos que trabalhem
no laboratório sobre o potencial de risco relacionado ao trabalho, bem como sobre
os requisitos específicos para entrada em laboratório e em salas onde ocorra
manipulação de animais.
No interior do laboratório, os frequentadores
devem utilizar roupas apropriadas tais como jalecos, gorros, máscaras etc. Antes de
sair do laboratório para áreas externas (biblioteca, cantina, escritório
administrativo), a roupa protetora deve ser retirada e deixada no laboratório. Quando
organismos contendo moléculas de DNA/RNA recombinantes estiverem sendo manipulados
são exigidos requisitos especiais para a entrada de pessoal no laboratório
(por exemplo a vacinação). Deve ser colocado um aviso sinalizando o risco,
identificando o agente e o nome do Pesquisador Principal, endereço completo e diferentes
possibilidades de sua localização ou outra pessoa responsável. Todos
os requisitos necessários para a entrada no laboratório devem estar assinalados
na porta de entrada.
É proibida a admissão de animais
que não estejam relacionados ao trabalho em execução no laboratório.
Cuidados especiais devem ser tomados para
impedir contaminação da pele com organismos contendo moléculas de DNA/RNA
recombinantes; devem ser usadas luvas no manejo de animais em experimentação
e sempre que houver possibilidade de contato da pele com o OGM.
Todo lixo de laboratório e da sala
de animais deve ser adequadamente descontaminado antes de ser descartado.
Agulhas e seringas hipodérmicas devem
ser usadas somente para inoculação parenteral e para aspiração
de fluidos de animais de laboratório e de garrafas de diafragmas. Devem ser usadas
somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em uma unidade única nas atividades
de injeção ou aspiração de fluidos contendo moléculas
de
DNA/RNA recombinantes.
Extrema precaução deve ser
tomada quando forem manuseadas agulhas e seringas de modo a evitar a auto-inoculação
e a produção de aerossóis durante o uso e o descarte. As agulhas não
devem ser entortadas, quebradas, recapeadas ou removidas da seringa após o uso. Agulha
e seringa devem ser imediatamente colocadas em recipiente resistente a prova de perfurações
e descontaminados, preferencialmente autoclavados antes do descarte. Desaconselha-se a reutilização
de seringas.
Derramamentos ou acidentes que resultem
em exposição a organismo contendo moléculas de DNA/RNA recombinante
devem ser imediatamente notificados `a CIBio e `a CTNBio, com providências de avaliação
médica, vigilância e tratamento, sendo mantido registro dos acidentes e das
providências adotadas.
Quando apropriado, dependendo do agente
manipulado, para referência futura, devem ser mantidas amostras referência de
soro do pessoal do laboratório ou de outras pessoas possivelmente expostas ao risco,
inclusive pessoal de limpeza e de manutenção. Amostras adicionais de soro devem
ser colhidas periodicamente dependendo do agente manipulado ou em função das
instalações laboratoriais.
Um Manual de Biossegurança deve ser
preparado de acordo com as especificidades das atividades realizadas.
Todo o pessoal deve ser orientado sobre
os possíveis riscos e para a necessidade de seguir as especificações
de cada rotina de trabalho, procedimentos de biossegurança e práticas estabelecidas
no Manual.
EQUIPAMENTOS DE CONTENÇÃO
PARA O NB-2
Devem ser utilizadas cabines de segurança
biológica (Classe I ou II), conforme Apêndice 4, ou outro
dispositivo de contenção pessoal ou dispositivos de contenção
física sempre que:
(a) sejam realizados procedimentos com elevado
potencial de criação de aerossóis, como centrifugação,
trituração, homogeneização, agitação vigorosa,
ruptura por sonicação, abertura de recipientes contendo material onde a pressão
interna possa ser diferente da pressão ambiental, inoculação intranasal
em animais e em cultura de tecidos infectados;
(b) altas concentrações ou
grandes volumes de organismos contendo DNA/RNA recombinante. Tais materiais só poderão
ser centrifugados fora de cabines de segurança se forem utilizadas centrífugas
de segurança e frascos lacrados. Estes só deverão ser abertos no interior
da cabine de segurança biológica.
INSTALAÇÕES LABORATORIAIS
PARA O NB-2
As instalações laboratoriais
exigidas para o NB-2 devem atender as especificações estabelecidas para o NB-1
acrescidas da seguinte exigência:
Uma autoclave deve estar disponível
para descontaminação no interior ou próximo ao laboratório de
modo a permitir a descontaminação de todo material previamente ao seu descarte.
(C) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
3 - NB-3: É aplicável aos locais onde forem desenvolvidos trabalhos com
OGM resultantes de agentes infecciosos Classe 3, que possam causar doenças sérias
e potencialmente letais, como resultado de exposição por inalação.
O pessoal do laboratório deve ter
treinamento específico no manejo de agentes patogênicos e potencialmente letais,
devendo ser supervisionados por cientistas com vasta experiência com esses agentes.
Todos os procedimentos que envolverem a
manipulação de material infeccioso devem ser conduzidos dentro de cabines de
segurança biológica ou outro dispositivo de contenção física.
Os manipuladores devem usar roupas de proteção individual.
O laboratório deverá ter instalações
compatíveis para o NB-3.
Para alguns casos, quando não existirem
as condições específicas para o NB-3, particularmente em instalações
laboratoriais sem área de acesso específica, ambientes selados ou fluxo de
ar unidirecional, as atividades de rotina e operações repetitivas podem ser
realizadas em laboratório com instalações NB-2, acrescidas das práticas
recomendadas para NB-3 e o uso de equipamentos de contenção para NB-3.
Cabe ao Pesquisador Principal a decisão
de implementar essas modificações, comunicando-as a CIBio e CTNBio.
PRÁTICAS MICROBIOLÓGICAS
PARA O NB-3
Além das práticas microbiológicas
estabelecidas para o NB-2, o trabalho com agentes de risco 3 exige que menores de 18 anos
de idade não entrem no laboratório.
Se forem realizados experimentos com agentes
que exigirem nível de contenção inferior a NB-3, eles devem ser conduzidos
de acordo com as práticas laboratoriais estabelecidas para o NB-3.
PRÁTICAS ESPECIAIS PARA O NB-3
Além das práticas estabelecidas
para o NB-2 devem ser obedecidas para o NB-3 as práticas a seguir discriminadas:
As superfícies de trabalho das cabines
de segurança e de outros equipamentos de contenção devem ser descontaminadas
sempre ao término do trabalho com moléculas de DNA/RNA recombinantes.
Toalhas absorventes com uma face de plástico
voltado para baixo, recobrindo as superfícies das bancadas, facilitam o trabalho de
limpeza.
Deve ser usado uniforme completo específico
para as áreas de trabalho com OGM. É proibido o uso dessas roupas fora do laboratório.
As mesmas devem ser descontaminadas antes de serem encaminhadas a lavanderia ou para descarte.
Devem ser usadas máscaras faciais
apropriadas ou respiradores nas salas onde são manipulados animais de experimentação.
Animais de laboratório em NB-3 devem
ser mantidos em sistemas de confinamento parcial (sistemas de caixas com filtros e paredes
rígidas ou sistemas de contenção de caixas equipados com radiação
ultravioleta e refletores).
Os sistemas convencionais de caixas só
poderão ser usados quando todo o pessoal utilizar dispositivos e roupas protetoras.
Esses dispositivos devem incluir roupa completa do tipo escafandro e respiradores.
Todo o pessoal deverá tomar banho
ao deixar essas áreas de trabalho.
As linhas de vácuo devem estar protegidas
com filtro de ar com elevada eficiência (filtros HEPA, High Efficiency Particulated
Air) e coletores com líquido desinfetante.
EQUIPAMENTOS DE CONTENÇÃO
PARA O NB-3
Cabines de segurança biológica
(Classes I, II ou III), ou outra combinação apropriada de dispositivos de proteção
pessoal e contenção física devem ser usados em qualquer operação
com OGM. Estas incluem manipulação de culturas e de material clínico
ou ambiental, operações de desafio de animais, cultivo de tecidos ou fluidos
infectados de animais em experimentação ou ovos embrionados, e necropsia de
animais em experimentação.
INSTALAÇÕES LABORATORIAIS
PARA O NB-3
O laboratório deverá estar
separado das áreas de trânsito irrestrito do prédio. É exigido
um sistema de dupla porta como requisito básico para entrada no laboratório
a partir de corredores de acesso ou para outras áreas contíguas.
A separação física
entre laboratório de elevada contenção e os demais laboratórios
ou corredores de acesso, pode ser por sistema de dupla porta, com sala para troca de roupas,
chuveiros, bloqueio de ar e outros dispositivos, para acesso ao mesmo em duas etapas.
As superfícies das paredes internas,
pisos e tetos devem ser resistentes a água, de modo a permitir acesso fácil
para limpeza. Toda a superfície deve ser selada e sem reentrâncias, para facilitar
limpeza e descontaminação.
As superfícies das bancadas devem
ser impermeáveis a água e resistentes aos ácidos, álcalis, solventes
orgânicos e a calor moderado.
O mobiliário do laboratório
deve ser rígido, com espaçamentos entre as bancadas, cabines e equipamentos
para permitir acesso fácil para limpeza.
Próxima `a porta de saída
cada laboratório deve ter pelo menos uma pia para lavar as mãos. A torneira
deve ter um sistema automático de acionamento ou sistema de pedais.
As janelas do laboratório devem ser
fechadas ou lacradas.
As portas de acesso ao laboratório
ou ao módulo de contenção devem possuir fechamento automático.
Deve existir autoclave para a descontaminação
de resíduos, localizada no interior do laboratório ou em área contígua,
preferencialmente com sistema de dupla porta.
O laboratório deve ter um sistema
de ar independente, com ventilação unidirecional, onde o fluxo de ar penetra
no laboratório pela área de entrada. Não deve existir exaustão
do ar para outras áreas do prédio. O ar de exaustão não deve,
portanto, ser recirculado e deverá ser filtrado através de filtro HEPA antes
de ser eliminado para o exterior do laboratório. Deve haver verificação
constante do fluxo de ar no laboratório.
O ar de saída das cabines de segurança
biológica com filtros HEPA de elevada eficiência (Classe I ou Classe II) deve
ser retirado diretamente para fora do edifício por sistema de exaustão.
O ar de saída das cabines pode recircular
no interior do laboratório se a cabine for testada e certificada anualmente.
(d) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
4 - NB-4: este nível de contenção deve ser usado sempre que o trabalho
envolver OGM resultante de organismo receptor ou parental classificado como classe de risco
4 ou sempre que envolver organismo receptor, parental ou doador com potencial patogênico
desconhecido.
PRÁTICAS ESPECIAIS PARA O NB-4
Devem ser obedecidas as práticas
especiais estabelecidas para o NB-3 acrescida das exigências a seguir discriminadas:
Nenhum material deverá ser removido
do laboratório de contenção máxima, a menos que tenha sido autoclavado
ou descontaminado, exceção feita aos materiais biológicos que necessariamente
tenham que ser retirados na forma viável ou intacta.
Suprimentos e materiais a serem usados no
laboratório devem ser descontaminados em autoclave de dupla porta, câmara de
fumigação, ou sistema de ante-câmara pressurizada.
O material biológico viável,
a ser removido de cabines Classe III ou do laboratório de contenção,
deve ser acondicionado em recipiente de contenção inquebrável e selado.
Este, por sua vez, deve ser acondicionado dentro de um segundo recipiente também inquebrável
e selado, que passe por um tanque de imersão contendo desinfetante, ou por uma câmara
de fumigação ou por um sistema de barreira de ar.
Equipamentos ou materiais que não
resistam a temperaturas elevadas devem ser descontaminados utilizando-se gases ou vapor em
câmara específica.
Somente pessoas que trabalham no laboratório
devem ter permissão para entrar.
O supervisor tem a responsabilidade final
no controle do acesso ao laboratório.
Por questão de segurança o
acesso ao laboratório deve ser bloqueado por portas hermeticamente fechadas. A entrada
deve ser controlada pelo Pesquisador Principal, ou por outra pessoa responsável pela
segurança do prédio.
Antes de adentrar ao laboratório
as pessoas devem ser avisadas sobre o potencial de risco e instruí-las sobre as medidas
apropriadas de segurança.
As pessoas autorizadas devem cumprir com
rigor as instruções de procedimento para entrada e saída do laboratório.
Deve haver um registro, por escrito, de entrada e saída de pessoal, com data, horário
e assinaturas.
Devem ser definidos protocolos para situações
de emergência.
A entrada e a saída de pessoal do
laboratório deve ocorrer somente após uso de chuveiro e troca de roupa.
A entrada e saída de pessoal por
ante-câmara pressurizada somente deve ocorrer em situações de emergência.
Para adentrar ao laboratório a roupa
comum, de rua, deve ser trocada por roupa protetora completa e descartável.
Antes de sair do laboratório para
a área de banho, a roupa protetora deve ser deixada em área específica
para descontaminação antes do descarte.
Deve ser organizado um sistema de notificação
de acidentes, exposição e absenteísmo do pessoal do laboratório,
bem como um sistema de vigilância médica. Deve-se ainda, prever uma unidade
de quarentena, isolamento e cuidados médicos para o pessoal suspeito de contaminação.
EQUIPAMENTOS DE CONTENÇÃO
PARA O NB-4
As manipulações com agentes
de classe de risco 4, conduzidas no laboratório, devem ser realizadas em cabine de
segurança biológica Classe III, ou cabines Classes I ou II, neste caso usadas
em associação com roupas de proteção pessoal com pressão
positiva, ventiladas por sistema de suporte de vida.
INSTALAÇÕES LABORATORIAIS
PARA O NB-4
A unidade de contenção máxima
deve estar localizada em prédio separado ou em área claramente demarcada e
isolada do edifício. Devem ser previstas câmaras de entrada e saída de
pessoal separadas por chuveiro. Deve ser previsto, ainda, um sistema de autoclave de dupla
porta, câmara de fumigação, ou sistema de ventilação com
ante-câmara pressurizada para o fluxo de materiais para o interior do laboratório.
Paredes, tetos e pisos do laboratório
devem ser construídos com sistema de vedação interna, para permitir
maior eficiência da fumigação, e evitar o acesso de animais e insetos.
As superfícies internas do laboratório devem ser resistentes a líquidos
e produtos químicos. O sistema de drenagem do solo deve conter depósito com
desinfetante quúSico eficaz para o agente em questão, conectado diretamente
a um sistema coletor de descontaminação de líquidos. O sistema de esgoto
e ventilação deve estar acoplado a filtros HEPA de elevada eficiência.
O sistema de suprimento de luz, dutos de
ar e linhas utilitárias devem, preferencialmente, estar posicionados verticalmente
para evitar o acúmulo de poeira.
A descontaminação de material
deve ser realizada por meio de sistema de autoclave de dupla porta com controle automático,
para permitir a retirada de material pelo lado oposto.
Materiais e equipamentos que não
possam ser descontaminados na autoclave devem passar por tanque de imersão com desinfetante,
ou câmara de fumigação.
O líquido efluente, antes de ser
liberado do laboratório, deve ser descontaminado com tratamento por calor.
Os líquidos liberados de chuveiros
ou de sanitários devem ser descontaminados com produtos químicos ou pelo calor.
O sistema de ar no laboratório deve
prever uma pressão diferencial e fluxo unidirecional de modo a assegurar diferencial
de pressão que não permita a saída do agente de risco. No sistema de
ar devem estar acoplados manômetros, com sistema de alarme, que acusem qualquer alteração
sofrida no nível de pressão exigido para as diferentes salas. O sistema de
exaustão deverá estar acoplado a filtros HEPA de elevada eficiência.
O ar liberado pelas cabines de segurança
biológica Classe I e Classe II pode ser eliminado para dentro ou fora do ambiente
do laboratório desde que no sistema de exaustão esteja acoplado filtros HEPA.
A cada seis meses as cabines biológicas devem ser testadas e certificadas.
A exaustão de ar das cabines Classe
III deve ser realizada sem recirculação usando sistema de dupla filtragem com
filtros HEPA em série, por sistema de exaustão do laboratório.
O laboratório deve ter local para
o pessoal vestir roupas específicas com pressão positiva e sistema de suporte
de vida. O sistema deve prever alarmes e tanques de respiração de emergência.
O laboratório deve ter chuveiro para
a descontaminação quúSica das superfícies da roupa antes da saída
da área.
O ar deve ser insuflado através de
filtros HEPA e eliminado para o exterior através de dutos de exaustão, cada
um com dois filtros HEPA colocados em série e com alternância de circuito de
exaustão automatizado. A entrada de ar de insuflamento deverá estar protegida
com filtro HEPA.
Deve haver um sistema de descontaminação,
com autoclave de dupla porta.
As instalações de filtros
e esgotos devem estar confinados `a área de contenção.
EXPERIMENTOS ENVOLVENDO MAIS DE
10 LITROS DE CULTURA DE OGM
Trabalhos envolvendo OGM em laboratório
ou linha de produção usando volumes superiores a 10 litros devem ter supervisão
e medidas de confinamento adicionais.
Devem ser considerados, também, os
riscos relacionados com o cultivo de organismos em grande escala (p. ex. toxicidade de produtos,
aspectos físicos, mecânicos e químicos de processamento do OGM ).
A instituição deve manter
um programa de monitoramento da saúde das pessoas que trabalham com OGM em grande
escala, incluindo exame físico e médico periódico, manutenção
e análise de amostras de soro para monitoramento de eventuais modificações
que possam resultar da situação de trabalho.
Qualquer doença incomum ou prolongada
dos trabalhadores deve ser investigada para determinar possível origem ocupacional.
Os três níveis de biossegurança
para atividades em grande escala são: NBGE-1, NBGE-2 e NBGE-3.
BOAS PRÁTICAS EM GRANDE ESCALA.
Devem ser estabelecidos e implementados
procedimentos institucionais para assegurar adequado controle da saúde e da segurança
das pessoas envolvidas no trabalho.
Devem ser providenciadas instruções,
por escrito, e treinamento de pessoal para assegurar que as culturas de OGM sejam manipuladas
com cuidado, e que a área de trabalho será mantida limpa e organizada.
Devem ser providenciadas instalações
adequadas (pias, chuveiros, sala para a troca de roupa) e roupas de proteção
(uniformes, jalecos de laboratório, etc.), para minimizar o contato com o OGM e assegurar
uma higiene pessoal adequada.
É proibido comer, beber, fumar, aplicar
cosméticos e pipetar com a boca.
Culturas de OGM devem ser manipuladas em
instalações adequadas.
Antes de qualquer descarte, os OGMs devem
ser inativados, e o tratamento de efluentes deve seguir as normas específicas.
A adição de material a um
sistema, a coleta de amostras e a transferência de líquido de cultura dentro
ou entre sistemas deve ser conduzida de forma a minimizar o risco de exposição
dos trabalhadores ao OGM.
Deve ser estabelecido um plano de emergência,
incluindo medidas adequadas para conter e neutralizar derramamentos.
NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
EM GRANDE ESCALA, NBGE-1
Além das medidas e observações
aplicáveis às atividades com OGMs em grande escala, devem ser incorporadas
as seguintes exigências:
Para evitar escape de OGM, a manipulação
de culturas com volume acima de 10 litros deve ser realizada em sistema fechado (p. ex. fermentador),
ou em instalação de contenção primária (p. ex. cabine
de segurança biológica com centrífuga para processar culturas).
Volumes até 10 litros podem ser manipulados
fora do sistema fechado ou em instalação de contenção primária,
desde que todos os requisitos de contenção para o nível NB-1 sejam observados.
Exceto para tomada de amostras, líquidos
de cultura somente devem ser retirados do sistema fechado ou de equipamento de contenção
primária, após a inativação prévia do OGM.
A tomada de amostras, a adição
de material, ou a transferência de lú*uido de cultura de um sistema fechado
para outro deve ser conduzido de forma a minimizar a formação de aerossol ou
a contaminação de superfícies expostas no ambiente de trabalho.
Para minimizar o escape de OGM viável,
gases de exaustão removidos do sistema fechado ou de equipamentos de contenção
primária devem passar por filtros HEPA ou por um procedimento equivalente (p. ex.
incineração).
Qualquer sistema fechado ou equipamento
de contenção primária que contiver OGM viável, somente deve ser
aberto após esterilização adequada.
Planos de emergência devem incluir
métodos e procedimentos adequados para eventuais derramamentos e perdas de cultura
de OGM.
Derramamentos ou acidentes devem ser imediatamente
relatados ao responsável pelo laboratório ou instalação.
Avaliação médica, observação
e tratamento devem ser providenciados conforme necessário, e relatórios por
escrito devem ser elaborados e arquivados.
NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
EM GRANDE ESCALA, NBGE-2
Além das normas para o nível
NBGE-1, são necessárias as seguintes medidas:
Os equipamentos primários de contenção,
além dos procedimentos de manipulação de OGM em volumes até 10
litros, devem corresponder, no mínimo, ao exigido para NB-2.
O selo rotativo e outros dispositivos mecânicos
diretamente associados ao sistema fechado, utilizado na propagação e crescimento
de OGM, devem ser construídos de forma a evitar vazamento, ou ser contido em compartimento
ventilado com exaustão por meio de filtros tipo HEPA ou de sistema equivalente.
O sistema fechado, utilizado para a propagação
e crescimento de OGM, bem como o equipamento de contenção primária,
utilizado para operações de contenção de OGM, devem dispor de
sensores para monitorar a integridade do confinamento durante as operações.
O sistema para a propagação
e crescimento de OGM deve ser testado quanto `a integridade dos dispositivos de contenção,
utilizando o organismo parental/receptor que deu origem ao OGM.
Os testes devem ser conduzidos antes da
introdução do OGM e após qualquer modificação ou troca
de dispositivos essenciais de contenção.
Os procedimentos e os métodos utilizados
nos testes serão apropriados para o desenho do equipamento e para a recuperação
e detecção do organismo testado. Os relatórios e os resultados dos testes
devem ser mantidos em arquivo.
O sistema de contenção, utilizado
para a propagação e crescimento de OGM, deve ser permanentemente identificado.
Esta identificação deve ser utilizada em todos os relatórios de testes,
funcionamento e manutenção, e em todos os documentos relativos ao uso deste
equipamento para pesquisa ou atividades de produção com o OGM.
O símbolo universal de biossegurança
deve ser afixado nos sistemas fechados e em equipamentos de contenção primário,
quando utilizado para o confinamento de OGM.
Qualquer derramamento ou acidente que resulte
na exposição ao OGM deve ser comunicado imediatamente ao Pesquisador Principal,
`a CIBio, `a CTNBio e às autoridades competentes.
NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
EM GRANDE ESCALA, NBGE-3
Além das medidas necessárias
para o NBGE-2, devem ser observados, ainda, os itens seguintes:
Desde que observadas as medidas de contenção
física do NB-3, volumes até 10 litros podem ser manipulados for a de um sistema
fechado.
Para preservar a integridade do confinamento,
o sistema fechado utilizado para a propagação e crescimento de OGM, deve ser
operado de forma que o espaço acima do meio de cultura no sistema seja mantido sob
uma pressão a mais baixa possível, consistente com a construção
do equipamento.
Os sistemas fechados e equipamentos de contenção,
utilizados na manipulação de culturas de OGM, serão localizados em área
controlada com as seguintes características :
A área controlada terá uma
entrada separada. Deve possuir um espaço com duas portas, como uma ante-câmara
pressurizada, ante-sala ou sala para troca de roupa, separando a área controlada do
resto das instalações.
A superfície das paredes, tetos e
o pavimento da área controlada devem permitir acesso fácil para limpeza e descontaminação.
Eventuais perfurações na área
controlada devem ser seladas para permitir descontaminação do ambiente com
líquido ou gases.
Os encanamentos e fiação na
área controlada devem ser protegidos contra a contaminação.
Instalações para lavar as
mãos, equipadas com válvulas acionadas com o pé, cotovelo ou com sistema
automático de abertura devem estar presentes em cada área principal de trabalho,
próximo de cada saída principal. Além disso, chuveiro deve estar disponível
perto da área controlada.
A área controlada deve ser planejada
de forma a impedir a saída de líquido de cultura para o exterior em caso de
derramamento acidental, saída dos sistemas fechados ou dos equipamentos de contenção
primária.
A área controlada deve ter sistema
de ventilação capaz de controlar o fluxo do ar. Este deve vir de áreas
com menor potencial de contaminação em direção a áreas
com maior potencial de contaminação.
Se o sistema de ventilação
resultar em pressão positiva, o sistema deve ser planejado de forma a impedir a reversão
do fluxo, ou terá um alarme que indicará tal reversão eventual. O ar
que sair da área controlada não deve recircular em outras instalações,
devendo ser filtrado por meio de filtros HEPA.
Os seguintes procedimentos operacionais
são exigidos :
A entrada de pessoas na área controlada
deve ocorrer pelo sistema de ante-câmara pressurizada, pela ante-sala ou sala de troca
de roupa.
As pessoas devem trocar de roupa ou cobrir
as que estiverem usando com macacões, jalecos, calças e camisas, toucas, e
os sapatos com protetores de sapatos. Na saída da área controlada, as roupas
de proteção devem ser guardadas em armários específicos ou encaminhadas
para a lavanderia, após descontaminação.
Durante as operações de trabalho
na área controlada o acesso deve ser restrito às pessoas necessárias
para execução do programa. Antes de adentrar a área controlada, as pessoas
devem ser informadas sobre os procedimentos de operação e de emergência
e sobre o tipo de trabalho a ser executado.
Não deve ser permitido o acesso de
menores de 18 anos `a área controlada.
O símbolo universal de biossegurança
deve ser afixado nas portas de entrada da área controlada e nas portas internas enquanto
o trabalho com OGM estiver em andamento, incluindo os períodos em que procedimentos
de descontaminação estejam sendo executados.
Os cartazes com o símbolo de biossegurança
devem ter, também, informações sobre o tipo de OGM em uso e sobre o
pessoal autorizado a adentrar a área controlada.
A área controlada deve ser mantida
limpa e organizada. É proibido comer, beber, fumar e estocar alimentos.
Animais e plantas não devem ser permitidos.
Deve ser mantido um programa permanente de combate a insetos e roedores.
As portas de acesso `a área controlada
devem ser mantidas fechadas, exceto quando o trabalho estiver em andamento. As portas de
serviço, por sua vez, serão fechadas e seladas durante a execução
do trabalho.
As pessoas devem lavar as mãos antes
de sair da área controlada. Para controlar acidentes envolvendo OGM, equipamentos
e materiais necessários devem estar disponíveis.
Em caso de derramamentos ou outras liberações
de OGM a área controlada deve ser descontaminada usando os procedimentos estabelecidos.
Fonte: UNIFESP
Categories:
BIOSSEGURANÇA
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