Passados aproximadamente 68 anos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, os envolvidos nas relações de trabalho chegam a um ponto comum, a saúde do trabalhador. 
A relação entre empregado e empregador nasce de interesses diversos, ou seja, o empregado busca melhores salários, melhor qualidade de vida, redução da jornada laboral, etc., já a empresa maior produtividade, maiores lucros, redução de despesas. Isto consequentemente acarreta divergências.
Com a evolução do mercado percebeu-se que muito das medidas tomadas pelas empresas, na busca de melhoria de produtividade, ou seja, aumento de jornada, não investimento em segurança, acarretavam doenças e acidentes que incapacitavam o trabalhador. Isto resulta prejuízos a própria empresa, pois a cada perda de empregado, terá que capacitar um novo, assumir monetariamente parte dos dias em atestado médico e ver aumentado sua carga tributária junto ao INSS. Para os empregados o prejuízo ainda é maior, quando são retirados do mercado do trabalho por alguma lesão, ou quando suas famílias perdem seus entes queridos e, ainda, toda dificuldade de retornar ao mercado nos casos dos reabilitados.
O prejuízo também atinge as esferas públicas, principalmente a previdência que vê seus benefícios chegando números recordes de concessões. Assim, nos parece que os prejuízos fizeram com que os envolvidos começassem a sentir estes efeitos negativos comuns.
Inicia-se a partir disso uma cultura voltada a “prevenção”, palavra até pouco associada a gasto, custo e cuidados desnecessários por parte do empresário. Por parte do empregado significava algo a mais para ser cumprido, mais uma bobagem, citamos como exemplo  ser obrigado a utilizar o equipamento de proteção. Para Estado a prevenção aparecia somente nas entidades onde os acidentes e doenças vinham sendo rotina, havendo a intensificação das fiscalizações.
A prevenção passa a ser hoje uma ferramenta de gestão necessária, nenhum dos envolvidos na relação trabalhista quer arriscar para ver as consequências, pois a atual sociedade adquiriu cultura suficiente para entender que o trabalho não pode ser mais importante que vidas e saúde. Percebem-se então alguns movimentos, as empresas enxergando investimento em segurança como um grande diferencial, empregados compreendendo que sua vida e saúde não podem ser trocadas por dinheiro e os órgãos públicos concluindo que é muito mais barato prevenir que remediar.
Portanto, surgem inúmeras ações por parte dos envolvidos, no meu ponto de vista, os primeiros passos já foram dados, e em um futuro próximo esperamos pensamentos e ações mais em comum.

Juliano Bacelo da silva
Diretor Jurídico do Grupo Villela
Advogado
Pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho
Professor em Cursos Técnicos

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